O
caminho do coração não é uma técnica ou caminho espiritual: é a própria
vida que leva cada um de nós a uma maior compreensão e experiência do
que é ou não é o amor. É a passagem do tempo e o movimento através do
espaço que se tece em um aprofundamento da sabedoria, não apenas para o
erudito ou para os que se inclinam à espiritualidade, mas para os muitos
que estão apenas “vivendo as suas vidas”, bem como para aqueles que
estão em um caminho espiritual consciente. Em todos os sentidos, durante
todo o tempo, estamos aprendendo sobre o amor, algumas vezes através de
sua presença em nossas vidas, mas também através de sua ausência.
Os
ensinamentos da vida sobre o amor vêm em muitos pacotes. Eles chegam
no riso das crianças, na dedicação aos amigos, no compromisso com algo
que o coração se preocupa com paixão, no desejo pela bondade, no desejo
de ajudar os outros, na ânsia de ter um coração livre da dor que ele
carrega, na suavidades dos braços de um ente querido, no abraço
tranqüilo da família, na segurança de estar em casa. Estas são as
experiências comuns da vida que são fundamentais ao nosso aprendizado
sobre o amor e que são profundas em seus ensinamentos. Quando elas estão
ausentes, causam uma dor e um vazio no coração que viajam conosco onde
quer que sigamos.
É
possível ignorar as mensagens que a vida quer que aprendamos sobre o
caminho do coração, pois somos livres para escolher o que desejamos
prestar atenção e o que desejamos ignorar. No entanto, inevitavelmente,
se nos desviarmos da presença do amor muitas vezes, a dor em nosso
coração começará a transmitir uma mensagem própria e se tornará uma dor
física no corpo, exigindo uma mudança em relação a ela, a fim de nos
curarmos, ou isto se tornará um vazio em nossa alma que comunicará, cada
vez mais, uma solidão e uma saudade do que anteriormente rejeitamos.
Não
há ninguém no mundo que tenha menos necessidade de amor. Não há ninguém
cujo ser interior possa verdadeiramente ficar satisfeito com as
armadilhas de uma vida de grande poder, sucesso, riqueza e influência.
No interior de tal pessoa há percepções que vêm apenas nos momentos de
solidão – percepções que transmitem à compreensão interior o que foi
perdido, a fim de ganhar o que pode ter sido menos valioso.
O
mesmo é verdadeiro para aqueles que estão irritados, desiludidos ou
amargos – para aqueles que parecem ter desistido da intimidade e que
permanecem ou indiferentes ou críticos, ou em apuros com outros,
especialmente aqueles que estão próximos a eles. Não há nenhuma pessoa
irritada que bem interiormente não tenha um coração que bata no mesmo
ritmo que os outros? Um ritmo implantado pelo Criador, de corações que
têm tanto um componente físico, emocional e espiritual? Que leva parte
do ser a continuar a busca pela experiência do amor, ainda que a outra
parte o rejeite? Isto é porque aqueles que são criminosos da pior
espécie podem ainda amar a seu modo. É porque os seus corações estão
divididos e em alguns, uma grande porção se separou da sua humanidade,
enquanto em outra parte, eles se apegam à pequena expressão de amor de
que eles permanecem capazes.
Se
estivermos abertos aos ensinamentos da vida, nós percorreremos o
caminho do coração sem dificuldades e sem confusão, pois ele nos levará
do amor ao amor maior, tanto em termos de nossa compreensão, quanto de
nossa experiência. No final, este mesmo caminho nos levará a compreender
e a experienciar a natureza do amor de Deus, e a vê-lo em todos os
lugares, em suas múltiplas formas e expressões na Terra. Desta maneira,
nós aprenderemos a viver uma vida sagrada, construída no amor e isto
celebra o amor na totalidade da vida.
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